TEXTO ORIGINAL . CRIATIVO DESDE A ORIGEM.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa do Comércio


Estou com a sensação de que esse ano a Copa do Mundo anda meio sem graça, tudo bem, você deve estar pensando: “A copa mal começou e lá vem você com esse mal humor”. Pode até ser uma má vontade com o futebol, que eu não sou muito fã (serei apedrejada em praça pública depois dessa declaração), mas veja se você concorda comigo, antigamente, faltando uns dois ou três meses para a Copa as pessoas tinham aquela empolgação verde e amarela. As ruas, as lojas, as pessoas, os bares, tudo e todos respiravam seleção brasileira de futebol, afinal estávamos no país do futebol.

As pessoas se reuniam nas casadas dos parentes, faziam uma pipoca, tomavam uma cervejinha. As crianças torciam pelo Brasil, os meninos vivam com uma bola debaixo do braço, sonhando em jogar bola como aquele ídolo do futebol. A Copa do Mundo chegava a unir e alienar as pessoas, que chegavam até a esquecer os problemas, a inflação, as dívidas para torcer por um Brasil campeão.

Esse ano, as pessoas não estão muito animadas e algumas nem botam fé que a seleção brasileira vai conseguir ao menos chegar a tão sonhada final desse torneio. Só nessa semana que os bares daqui de Betim se pintaram de verde e amarelo.

E com o retardamento do clima de Copa e o aumento do número de botecos na cidade, aconteceu durante a semana uma explosão de shows e promoções nesses estabelecimentos etílico-comerciais. É um tal de camisa do Brasil personalizada, telões, canecas, kit torcedor, drinks e coquetéis afro-brasileiros, sem contar a imensa variedade de shows que vão do samba, passando pela MPB e chegando ao rock, que tentam chamar o torcedor desesperadamente para assistir aos benditos jogos. Tem até bar e restaurante sendo inaugurado nessa época futebolística.

Tudo isso a fim de animar o torcedor a consumir freneticamente na esperança de que a união faça a força e a seleção brasileira conquiste o tão esperado e sofrido hexacampeonato que nunca vem.

domingo, 13 de junho de 2010

Copa de Filmes


Em época de Copa do Mundo o Futebol toma conta de algumas salas de cinema. Entre os dias 27 de maio e 1º de junho, a Sala 1 do Arteplex - Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro recebeu o CINEfoot - Festival de Cinema de Futebol. A iniciativa contou com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual. Pela primeira vez, um evento cinematográfico brasileiro teve como tema principal o futebol.

Foram 23 os convocados. Duas mostras competitivas reuniram 22 filmes (8 longas e 14 curtas - Veja Lista), além do filme que abriu o festival, o documentário “João”, de Andre Siqueira e Beto Macedo, que aborda a trajetória combativa e polêmica de João Saldanha. As produções escolhidas são oriundas dos Estados de MG, PE, CE, DF, RS, SP, SC e RJ.

Com entrada franca em todas as sessões, o CINEfoot também prestou homenagens a personalidades do mundo do futebol e do cinema. Em seu ano de estréia, o jogador homenageado foi o goleiro Félix, dono da camisa número 1 do Brasil na conquista do tricampeonato mundial. No campo da sétima arte, o cineasta Maurice Capovilla, Diretor de Subterrâneos do Futebol (1964), foi o eleito. Félix foi homenageado no sábado, dia 29 de maio. Capovilla recebeu as reverências na sessão de encerramento, dia 1° de junho.

Taça CINEfoot

O CINEfoot - Festival de Cinema de Futebol premiou através do voto popular os melhores filmes, nas categorias: curta e longa metragem. Durante os seis dias de festival, cerca de 1000 espectadores prestigiaram o primeiro festival brasileiro com a proposta de exibir apenas filmes que abordam o futebol.

Os premiados foram: o longa-metragem "Inacreditável - A batalha dos Aflitos", de Beto Souza.


Grêmio Filme Inacreditável Teaser - The best home videos are here


E o curta "Mauro Shampoo - Jogador, Cabeleireiro e Homem", de Paulo Henrique Fontenelle.


Mauro Shampoo - Jogador, Cabeleireiro E Homem - Parte 01 - Funny videos are here

Leia mais:
http://www.cinefoot.org

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Com toda pompa e circunstância


Semana passada, o ilustríssimo professor da disciplina Jornalismo online I, Evaldo, nos deu mais uma missão: Fazer a cobertura jornalística da posse do colega de classe, até então juiz e agora desembargador, Wanderley Salgado de Paiva.

Para variar, eu que não sou muito ligada a essas formalidades já dei aquela desanimada e pensei “vou ficar horas a fio dentro do fórum, mais perdida que cego em tiroteio”.

Apesar do desânimo quanto à cerimônia, eu ainda sim tinha vontade de ir até lá e ver de perto esse mundo cheio de pompa e circunstância tão distante da minha vidinha de estudante. Eu que sempre estou dentro de tênis, calça jeans e cara lavada resolvi vestir uma roupa social e até fazer uma maquiagem básica, vai que o tal network funciona mesmo (estudante de jornalismo sempre está atrás de uma oportunidade de estagio, hoho). Quando cheguei no fórum me deparei com uma manifestação daquelas bem na portaria principal, eram funcionários públicos da justiça berrando mudanças no setor, e convenhamos, nada mais oportuno que aquela data para manifestação.

Acabei deixando de lado o manifesto, já que a voz do sindicalista que berrava era irritante demais, e fui cumprir minha missão. Ao entrar no auditório tive uma surpresa ao perceber que não havia cadeiras vagas para eu sentar, me bateu de novo o desânimo...

Deixei ele (o desânimo) pra lá e comecei a observar as pessoas que ali estavam, todas muito elegantes, simpáticas umas com as outras, educadas, sem parecer notarem que havia um sindicalista quase rouco abanando os braços enquanto berrava suas reivindicações.

A cerimônia começou e até que não foi assim tãaooo cansativa. Deu para conhecer um pouco sobre a trajetória profissional dos futuros desembargadores, entender um pouco esse ritual de “passagem” na vida deles, e até dar uma analisada nos modelitos das esposas e filhas dos empossados, afinal eu sou mulher e não sou de ferro, hihi.

Enfim, entre mortos e feridos salvaram-se todos, o Wanderley que agora tá com tudo, a galera do fórum que ficou umas horinhas sem trabalhar, eu que aprendi para que serve um desembargador e que vestido do tipo lápis ainda tá na moda, os meus colegas que também tiveram suas impressões do evento.

Agora eu me pergunto, e o coitado do sindicalista transparente, o que aconteceu com ele? Terá ele alcançado seus objetivos? Foi parar no hospital com dor de garganta? Ou será que algum senhor simpático que estava comigo dentro do auditório o viu?
Alguém sabe dele?